Experimento emoções contraditórias em relação a este livro. Uma leitura que não me realizou a 100%. Escrito na primeira pessoa, lemos a voz de Daniel, um idealista optimista com uma tremenda fé no futuro.
Daniel começa por me irritar. A sua fixação no sucesso não é real, tanta vontade de vencer e certeza de concretizar objectivos passa a teimosia oca quando tudo vai desabando à sua volta. Perde o emprego, perde a casa, separa-se da família, e continua plenamente confiante no sucesso que escreveu num caderno há muitos anos. Credível é ter sonhos, verosímil é ser determinado, inteligente é encontrar um plano alternativo.
Mais um livro sobre a crise, sobre a injustiça e o desemprego, sobre uma juventude capaz e competente que perde emprego qualificado e acha uma sorte conseguir trabalhar a fazer entregas. Daniel é salvo pela determinação e pela sorte, assim pensa ele, mas a sorte é aleatória, não depende da determinação. A sua revolta é demonstrada pelo uso abusivo de palavrões, que achei excessivo e me desagradou; haveria outras formas de expressar a angústia da personagem.
Daniel é “Amanhã o sol volta a nascer” levado ao extremo. É convicto que tudo pode resultar e que os seus intentos serão concretizados. Pode o sonho justificar essa tenacidade? Esse investimento na incerteza? A fé cega?
Foi esta dualidade que me manteve nesta leitura. Tentei gerir o conflito que senti pelas atitudes irracionais de Daniel, com a luz do sonho que o orienta. A utopia de que há reviravoltas, que a sorte, o destino ou o que seja cumpre a sua função de colocar de novo a vida sobre carris.
Um livro que não me convenceu verdadeiramente mas que vale pelo conflito em que me colocou e pela discussão que pode iniciar. Composto de contrastes. Não se consegue ficar indiferente.
Uma leitura que leva a uma reflexão sobre a felicidade e que, provavelmente, me fez incluir mais variáveis nos meus cálculos pessoais. Na certeza de que o meu índice médio de felicidade não é o mesmo na primeira e na última página.
Daniel começa por me irritar. A sua fixação no sucesso não é real, tanta vontade de vencer e certeza de concretizar objectivos passa a teimosia oca quando tudo vai desabando à sua volta. Perde o emprego, perde a casa, separa-se da família, e continua plenamente confiante no sucesso que escreveu num caderno há muitos anos. Credível é ter sonhos, verosímil é ser determinado, inteligente é encontrar um plano alternativo.
Mais um livro sobre a crise, sobre a injustiça e o desemprego, sobre uma juventude capaz e competente que perde emprego qualificado e acha uma sorte conseguir trabalhar a fazer entregas. Daniel é salvo pela determinação e pela sorte, assim pensa ele, mas a sorte é aleatória, não depende da determinação. A sua revolta é demonstrada pelo uso abusivo de palavrões, que achei excessivo e me desagradou; haveria outras formas de expressar a angústia da personagem.
Daniel é “Amanhã o sol volta a nascer” levado ao extremo. É convicto que tudo pode resultar e que os seus intentos serão concretizados. Pode o sonho justificar essa tenacidade? Esse investimento na incerteza? A fé cega?
Foi esta dualidade que me manteve nesta leitura. Tentei gerir o conflito que senti pelas atitudes irracionais de Daniel, com a luz do sonho que o orienta. A utopia de que há reviravoltas, que a sorte, o destino ou o que seja cumpre a sua função de colocar de novo a vida sobre carris.
Um livro que não me convenceu verdadeiramente mas que vale pelo conflito em que me colocou e pela discussão que pode iniciar. Composto de contrastes. Não se consegue ficar indiferente.
Uma leitura que leva a uma reflexão sobre a felicidade e que, provavelmente, me fez incluir mais variáveis nos meus cálculos pessoais. Na certeza de que o meu índice médio de felicidade não é o mesmo na primeira e na última página.
Márcia Balsas
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