Acredito
que a arte é a expressão mais elevada do espírito humano.
Acredito que desejamos ir para além
do meramente finito e efémero; fazer parte de algo misterioso e comum a que
damos o nome de «cultura» – e que essa aspiração é tão profunda no ser humano
quanto o desejo de reprodução da espécie.
A partir do que nos
é mais ou menos próximo, através das nossas vozes individuais, esforçamo-nos
por criar arte capaz de falar ao coração dos outros que nada sabem a nosso
respeito. Fruto de uma ambiguidade muito própria na relação com os outros,
nasce uma inesperada intimidade.
A voz individual é a voz comum.
A
voz regional é a voz universal.
In A Fé de Um Escritor, Casa das Letras,
2003
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