Wednesday, July 23, 2014
Tuesday, November 26, 2013
"Para onde vão os guarda-chuvas" de Afonso Cruz
Foi fantástico descobrir a escrita de Afonso Cruz. Já estava cansada de ouvir maravilhas e achei que qualquer leitura iria ficar aquém das minhas expectativas. MAS isso não aconteceu, de facto!
A história prende, claro. MAS prende muito mais a multiplicidade de personagens, a sua riqueza tanto ao nível dos pormenores físicos como psicológicos. O mudo que fala com as mãos e que com elas faz poesia, a criança que tudo faz para ser amada e que se parece com o pai adoptivo, "invisível como as paredes", são as minhas preferidas.
Há frases belíssimas que nos fazem perguntar como é que é possível escrever tão bem. Frases que nos deliciam os sentidos, que nos elevam para outros mundos, outros amores. Frases que nos fazem sonhar. Delícias que relemos e relemos e relemos. Não nos cansam.
O fim é imprevisível. Inexplicável. Duro.
Recomendo muito esta leitura! Quero ler outras obras de Afonso Cruz. Será possível escrever assim, sempre?
Cris
Monday, November 25, 2013
Para onde vão os guarda-chuvas?
“Para onde vão os guarda-chuvas? São como as luvas, são como uma das peúgas que formam um par. Desaparecem e ninguém sabe para onde. Nunca ninguém encontra guarda-chuvas, mas toda a gente os perde. Para onde vão as nossas memórias, a nossa infância, os nossos guarda-chuvas?”
“Para onde vão os guarda-chuvas”, de Afonso Cruz (Pág. 493)
Excerto escolhido por Márcia Balsas
Sunday, November 17, 2013
Sunday, November 10, 2013
O lago avesso, o avesso do lago
“Quando oficialmente sai da cama é para ir dançar, lá para baixo. Ou então para se deixar ficar horas a fio pela varanda, tendo o azul do céu como teto: o lago ao fundo, do palco, no seu avesso.”
“O Lago Avesso, de Joana Bértholo (Pág. 165)
Excerto escolhido por Márcia Balsas
Sunday, November 3, 2013
Título do Post: "Sobre a Beleza"
"A Desumanização" de Valter Hugo Mãe
A escrita tão sui generis deste autor (li A máquina de fazer espanhóis e adorei!) em vez de me prender teve o condão de me dispersar e tive de repetir algumas partes do livro para entender o que por lá era dito. Acredito que o meu estado de alma não seja o melhor para uma leitura onde a prosa se mistura com mestria na poesia, mas ficará para outra ocasião uma outra leitura com outros olhos ou outros "sentires".
O facto de ter sido "escrito" por uma menina de 13 anos atraiu-me e nem pensei em não terminar a história que ela me contava. O tom íntimo com que impregna às palavras deixa um laivo de mistério que nos força a querer saber como termina a história. Mas tê-la-ia apreciado mais e melhor não fora a escrita tão própria do autor pois, como já referi, o seu tom poético fez-me dispersar nesta leitura.
Cris
Saturday, November 2, 2013
Imaginar
“Lá de cima, goza de uma inigualável panorâmica sobre a cidade, de onde contempla a cada dia o diálogo entre a comprida língua verde de um jardim e o seu estreito lago ao centro, que Ella imagina ser gigante e erroneamente apequenado pela distância. Consegue passar tempo imenso só a observar este lago: a imaginar a temperatura da água sobre a pele despida, e as diferentes tonalidades que ganhará nos diferentes dias de sol, chuva, neblina ou neve. Mas nunca lá foi. É que entre Ella e esse lago estende-se aquele jardim amplo, aberto – quase obsceno -, e estende-se a decisão de não o atravessar.”
“O Lago Avesso, de Joana Bértholo (Pág. 80)
Excerto escolhido por Márcia Balsas
Wednesday, October 30, 2013
A Desumanização: primeiro parágrafo
Thursday, October 24, 2013
Saturday, October 19, 2013
Índice Médio de Felicidade - escrever sobre o que foi dito
Daniel começa por me irritar. A sua fixação no sucesso não é real, tanta vontade de vencer e certeza de concretizar objectivos passa a teimosia oca quando tudo vai desabando à sua volta. Perde o emprego, perde a casa, separa-se da família, e continua plenamente confiante no sucesso que escreveu num caderno há muitos anos. Credível é ter sonhos, verosímil é ser determinado, inteligente é encontrar um plano alternativo.
Mais um livro sobre a crise, sobre a injustiça e o desemprego, sobre uma juventude capaz e competente que perde emprego qualificado e acha uma sorte conseguir trabalhar a fazer entregas. Daniel é salvo pela determinação e pela sorte, assim pensa ele, mas a sorte é aleatória, não depende da determinação. A sua revolta é demonstrada pelo uso abusivo de palavrões, que achei excessivo e me desagradou; haveria outras formas de expressar a angústia da personagem.
Daniel é “Amanhã o sol volta a nascer” levado ao extremo. É convicto que tudo pode resultar e que os seus intentos serão concretizados. Pode o sonho justificar essa tenacidade? Esse investimento na incerteza? A fé cega?
Foi esta dualidade que me manteve nesta leitura. Tentei gerir o conflito que senti pelas atitudes irracionais de Daniel, com a luz do sonho que o orienta. A utopia de que há reviravoltas, que a sorte, o destino ou o que seja cumpre a sua função de colocar de novo a vida sobre carris.
Um livro que não me convenceu verdadeiramente mas que vale pelo conflito em que me colocou e pela discussão que pode iniciar. Composto de contrastes. Não se consegue ficar indiferente.
Uma leitura que leva a uma reflexão sobre a felicidade e que, provavelmente, me fez incluir mais variáveis nos meus cálculos pessoais. Na certeza de que o meu índice médio de felicidade não é o mesmo na primeira e na última página.
Thursday, October 17, 2013
Índice médio de Felicidade - opinião
Wednesday, October 16, 2013
Sunday, October 13, 2013
Todos esperamos ajuda
Wednesday, October 9, 2013
Estudar o futuro
Tuesday, October 8, 2013
Pensar no futuro
Saturday, October 5, 2013
Índice Médio de Felicidade: primeiro parágrafo
Wednesday, October 2, 2013
Mote: A Fé do Escritor, de Joyce Carol Oates
O passeio, de David Machado
Medalha de mérito, de Valter Hugo Mãe
Havia, de Joana Bértholo
Querelas, de Afonso Cruz
O escritor com pouco vocabulário, de Gonçalo M. Tavares
Tuesday, October 1, 2013
Friday, September 27, 2013
Thursday, September 26, 2013
O Atlas de Gonçalo M. Tavares
David Machado e a felicidade
David Machado ao JL n.º 1120, de 4 de Setembro de 2013, a propósito do seu Índice Médio de Felicidade.
LeYa em Grupo
- Apresentação: o que lemos quando lemos (LeYa na Buchholz, 2 de outubro; Leya na Barata, 9 de outubro)
- Índice Médio de Felicidade, de David Machado (LeYa na Buchholz, 16 de outubro; Leya na Barata, 23 de outubro)
- A Desumanização, de Valter Hugo Mãe (LeYa na Buchholz, 30 de outubro; Leya na Barata, 6 de novembro)
- O Lago Avesso, de Joana Bértholo (LeYa na Buchholz, 13 de novembro; Leya na Barata, 20 de novembro)
- Assim, mas sem ser assim, de Afonso Cruz (LeYa na Buchholz, 27 de novembro; Leya na Barata, 4 de dezembro)
- “O universo de Gonçalo M. Tavares” (LeYa na Buchholz, 11 de dezembro; Leya na Barata, 18 de dezembro)