Foi fantástico descobrir a escrita de Afonso Cruz. Já estava cansada de ouvir maravilhas e achei que qualquer leitura iria ficar aquém das minhas expectativas. MAS isso não aconteceu, de facto!
A história prende, claro. MAS prende muito mais a multiplicidade de personagens, a sua riqueza tanto ao nível dos pormenores físicos como psicológicos. O mudo que fala com as mãos e que com elas faz poesia, a criança que tudo faz para ser amada e que se parece com o pai adoptivo, "invisível como as paredes", são as minhas preferidas.
Há frases belíssimas que nos fazem perguntar como é que é possível escrever tão bem. Frases que nos deliciam os sentidos, que nos elevam para outros mundos, outros amores. Frases que nos fazem sonhar. Delícias que relemos e relemos e relemos. Não nos cansam.
O fim é imprevisível. Inexplicável. Duro.
Recomendo muito esta leitura! Quero ler outras obras de Afonso Cruz. Será possível escrever assim, sempre?
Cris