Tuesday, November 26, 2013

"Para onde vão os guarda-chuvas" de Afonso Cruz

Mal acabei de ler este livro e já estou aqui a escrever o que senti durante esta leitura. Não que seja o ideal porque é um livro tão rico, tão cheio de palavras plenas de sentido e belas que deveria deixar passar mais tempo para o assimilar melhor... MAS tive receio de começar outro livro e deixar os meus pensamentos, os meus sentidos misturarem-se com outras histórias.

Foi fantástico descobrir a escrita de Afonso Cruz. Já estava cansada de ouvir maravilhas e achei que qualquer leitura iria ficar aquém das minhas expectativas. MAS isso não aconteceu, de facto!

A história prende, claro. MAS prende muito mais a multiplicidade de personagens, a sua riqueza tanto ao nível dos pormenores físicos como psicológicos. O mudo que fala com as mãos e que com elas faz poesia, a criança que tudo faz para ser amada e que se parece com o pai adoptivo, "invisível como as paredes", são as minhas preferidas. 

Há frases belíssimas que nos fazem perguntar como é que é possível escrever tão bem. Frases que nos deliciam os sentidos, que nos elevam para outros mundos, outros amores. Frases que nos fazem sonhar. Delícias que relemos e relemos e relemos. Não nos cansam.

O fim é imprevisível. Inexplicável. Duro.

Recomendo muito esta leitura! Quero ler outras obras de Afonso Cruz. Será possível escrever assim, sempre?


Cris

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